Santos F.C.: História e Glórias
1912 - O futebol e os aspectos da cidade
O comércio de café e o aumento das atividades portuárias na primeira década do século XX provocou um surto de desenvolvimento e trouxe muito dinheiro a Santos. A cidade se desenvolvia com a chegada dos barões de café que aqui se estabeleciam com seu patrimônio milionário. Na área esportiva, o esporte de maior tradição era o remo. O futebol, ainda não popular, ficava restrito a um grupo de famílias inglesas e seus amigos, que começavam a divulgá-lo na cidade.

1913 - Três amigos e o nascimento do Santos F. C.
Mário Ferraz, Argemiro de Souza e Raymundo Marques distribuíram panfletos pela cidade, convidando santistas interessados em futebol para uma reunião no antigo Clube Concórdia, com o intuito de fundar um clube de futebol. Uma dezena de senhores compareceram e formou-se ali o primeiro quadro de associados do clube, todos interessados em transformá-lo num grande time, que difundisse o nome da cidade por todo o planeta. No princípio recebeu o nome de Concórdia Futebol Clube, até que Edmundo Jorge de Araújo sugeriu o nome de Santos Futebol Clube, mais adequado aos princípios e à proposta inicial da sociedade. A idéia foi aceita e nasceu, então, o primeiro clube de futebol da cidade.

1913 - A decisão pelo uniforme alvinegro
No início, o uniforme do Santos estampava as cores do Concórdia: listras verticais brancas e azuis com friso bordado em dourado. Devido ao alto custo desses uniformes, o sócio Paulo Pelúcio sugere novas cores: o branco, cor da paz, e o preto, cor da nobreza. Assim o Santos passou de tricolor a bicolor, ostentando a combinação clássica e elegante das cores preta e branca.

1913 - Primórdios da fama

Para o primeiro mandato da presidência do clube é eleito o Sr. Sizino Patusca, de tradicional família santista, que deu ao time outros grandes jogadores como Ari e Araken. Em alguns meses o time consagrou-se o melhor da cidade ao vencer o Campeonato Municipal.

1913 - A Estréia no Campeonato Paulista
No mesmo ano de sua fundação, o Santos é o primeiro time do litoral e interior do Estado a inscrever-se no Campeonato Paulista, até então disputado apenas por equipes da capital. Devido à falta de verbas para as constantes viagens, o Santos desiste do Campeonato. Veja a seguir os placares dos jogos que o Santos disputou:
Santos 1x7 Germânia
Santos 6x3 Corinthians
Santos 1x5 Internacional
Santos 1 x 6 Americano.

O time titular de 1915 (foto SFC).
1915 - A primeira vitória sobre o Palestra Itália
Um amistoso beneficente pelas vítimas da seca no Nordeste reúne, no antigo velódromo da Rua da Consolação, em São Paulo, os times do Santos e do Palestra Itália. O Santos vence com sete gols, sendo dois de Anacleto, três de Ari Patusca e dois de Arnaldo Silveira.
Placar: Santos 7x0 Palestra Itália.

1916 - O clube inaugura sua sede própria
No dia 22 de outubro o Santos inaugura sua sede própria, a Vila Belmiro, com uma vitória sobre o Ypiranga pelo Campeonato Paulista.
Placar: Santos 2x0 Ypiranga.

1916 - A primeira convocação para o Seleção Brasileira
Arnaldo Silveira, o melhor jogador do Santos na época, é convocado para a Seleção Brasileira, dando início a uma tradição que se mantém até hoje. Em 1919, além de Arnaldo Silveira, outro jogador santista é convocado para a seleção: Milton. A seleção brasileira conquista nesse ano o título sul-americano.

1917 - O primeiro amistoso contra um time estrangeiro
O maior porto da América Latina era ponto de desembarque para equipes estrangeiras que estavam em excursão pela América do Sul. Em janeiro de 1917, o Santos realiza duas partidas contra o Dublin, da Irlanda, perdendo na primeira e vencendo na segunda. Outros times brasileiros, em escala pelo porto, também disputaram partidas contra o Santos. Em abril, o carioca São Cristovão perdeu os dois jogos que disputou contra o Santos: 8x4 e 3x2.

1917 a 1927 - Período de derrotas

Em todos os Campeonatos Paulistas desse período o Santos tem fraco rendimento, colocando-se sempre entre os penúltimos colocados. Assim, fica em penúltimo lugar após uma derrota de 8x1 contra o Palmeiras (não confundir com o Palestra Itália), na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista de 1919. Somente no Campeonato Paulista de 1927 o Santos se recupera, alcançando à marca de 100 gols em 16 partidas, uma média de 6 gols por jogo. Mesmo assim, não conquista o título, chegando em terceiro lugar. Nesse torneio, sofreu apenas 2 derrotas, as duas para o Palestra Itália, que venceu o Campeonato por apenas um ponto.

1927 - A vitória na inauguração do São Januário
O Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, constrói o maior estádio da América do Sul e convida o Santos para um amistoso na data de sua inauguração. Com a presença do presidente paulista Washington Luiz, o estádio é inaugurado com uma vitória do Santos sobre o Vasco, revelando a genialidade de Feitiço, o maior ídolo do Santos na época, mais tarde ofuscado pela engenhosidade do Rei Pelé.
Placar: Santos 5x3 Vasco

1928 a 1934 - Campanhas regulares nos anos 30
Com 42 gols em 12 partidas, o Santos consagra-se vice-campeão do Campeonato Paulista de 1928, com uma derrota diante do Corinthians na final. A dobradinha Santos-Corinthians se repete na final de 1929, quando mais uma vez o Santos termina como vice. Em 1930 ele termina o campeonato em terceiro e é vice-campeão nas campanhas de 1932, 1933 e 1934.

1935 - A primeira conquista do Campeonato Paulista
A derrota do Estado de São Paulo na revolução constitucionalista provoca uma crise no futebol paulista que afeta todos os grandes times: o São Paulo entra em falência (é refundado meses mais tarde), o Palestra Itália vende seus grandes jogadores para o Fluminense e o Corinthians perde parte de seus jogadores durante a revolução. O Santos conquista o Campeonato com o placar de 2x0 sobre o Corinthians.

A equipe que conquistou o primeiro título, em 1935 (foto SFC).
1936 a 1948 - A morosidade dos anos 40
Após a conquista do Campeonato Paulista em 1935, o Santos vende parte de sua equipe e entra numa fase de morosidade, com campanhas medíocres na década de 40. O clube consegue um resultado mais expressivo somente em 1948, chegando ao vice-campeonato após a derrota de 1x0 diante do São Paulo, quando Odair é eleito vice-artilheiro, com 18 gols marcados.

1953 - Formando o time bicampeão do mundo
No Campeonato Paulista desse ano, o Santos realiza péssima campanha, terminando em sétimo lugar. O time já possui alguns dos grandes nomes que o fariam dominar o futebol brasileiro: Formiga, Zito e Del Vecchio. No ano seguinte, tornaram-se titulares o goleiro Manga e o meio-campo Urubatão.

1956 - O bicampeonato paulista
Na noite de 3 de janeiro, em grande e disputado jogo contra o São Paulo, no Pacaembu, o Santos conquista o título de bi-campeão do Campeonato Paulista. Mas o campeonato sacrifica um dos grandes jogadores do Santos, Vasconcellos, que quebra a perna num dos jogos. Em seu lugar, a diretoria coloca como titular um jogador de apenas 15 anos, que ainda estava em fase de treinamento: era Pelé, que mudaria para sempre a história do clube.

A equipe que conquistou o Campeonato Paulista de 1956 (foto SFC).
1956 a 1974 - A Era Pelé: consagração do Santos
Modesto Roma, diretor de futebol em 1956, garante a posse de Pelé para o clube, uma vez que ele ainda é menor de idade. No dia 7 de setembro de 1956, em um amistoso contra o Corinthians de Santo André, Pelé marca seu primeiro gol com o uniforme do Santos. Após dois anos de atividades, o Santos torna-se mundialmente conhecido como o "time de Pelé" e é sob o uniforme do Santos que Pelé consagra-se como o homem que marcou a história do esporte mundial e é também no Santos que ele marca o seu milésimo gol.
Entre os títulos conquistados pelo Santos de Pelé, podemos citar:
10 títulos pelo Campeonato Paulista
5 títulos pela Taça Brasil
Campeão da Taça de Prata
Campeão da Recopa Mundial
Bicampeão da Libertadores
Bicampeão Mundial de Clubes.
 

O time de 1962-63, bicampeão do mundo.
  Em 1962 e 1963 o Santos de Pelé ganha dois títulos sul-americanos e o título do Mundial de Clubes. Disputando contra o Benfica de Portugal, que contava com muitos jogadores da Seleção Portuguesa, Pelé marca os dois gols da vitória de 3x2, disputada no Maracanã. A habilidade indiscutível de Pelé faz com que seja assediado por jornalistas e cumprimentado pelos juízes que cobriam a disputa. Em 1974 Pelé deixava
o Santos, encerrando 18 anos de trabalho, futebol e arte junto ao clube que o consagrou.
Saiba mais sobre Pelé
1974 a 1978 - A fase de adaptação pós-Pelé
Após a saída de Pelé, o Santos e sua torcida precisaram se adaptar à nova realidade, pois o clube volta a ser uma presa fácil sem o rei do futebol. Continuam como titulares grandes companheiros de Pelé, como Edu e Clodoaldo, e ainda surgem novos talentos como Aílton Lira, Pita e Juary, que mantém o clube em evidência.
No Paulistão de 1975, o Santos foi eliminado na segunda fase pela Portuguesa, no desempate por saldo de gols. Em 1976, foi eliminado por regulamento na primeira fase.
Em 1978, com o ex-zagueiro Formiga como técnico e revelações como Pita, Juary, Nilton Batata e João Paulo, o Santos conquista o título de Campeão Paulista sobre o São Paulo.
Placar:
Santos 2 X 1 São Paulo;
Santos 1 X 1 São Paulo;
Santos 0 x 2 São Paulo.


1979 a 1983 - As fracas campanhas nos anos 80
O Santos entra em fase crítica nos anos 80, quando um período de déficits fiscais o impede de contratar grandes craques, e estes não surgem com a mesma velocidade.
 
Pelé na Vila Belmiro, em 1962.
Em 1983, Serginho, Paulo Isidoro, Pita e Dema levam o clube à final do Campeonato Brasileiro. o Santos não chega a conquistar o título, perdendo para o Flamengo, mas se classifica para diputar a Taça Libertadores, pela primeira vez desde 1965.
Placar: Santos 2x1 Flamengo / Santos 0x3 Flamengo.

1984 - A trágica campanha pela Libertadores
Apesar da boa atuação no Campeonato Brasileiro de 1983, o clube estréia na Taça Libertadores despreparado e, em apenas 6 disputas, sofre cinco derrotas contra o Flamengo, América de Cali e Junior Barranquila.

1984 - A Conquista do Campeonato Paulista
A grande atuação de Serginho Chulapa, Paulo Isidoro, Pita e Dema, aliada à defesa menos vazada (19 gols em 38 jogos), faz com que o Santos conquiste o título de Campeão Paulista de 1984, quebrando um jejum de 8 anos sem conquistar títulos em grandes campeonatos.
Placar: Santos 1x0 Corinthians

O time titular que venceu o Campeonato Paulista de 1984.
1985 a 1994 - A fase suada do peixe
Envolto em dificuldades financeiras, o clube entra em uma fase conturbada de sua história e passa 13 anos sem conquistar qualquer título. Em 1986, foi campeão do primeiro turno, mas depois foi eliminado pelo Internacional de Limeira. Em 1987, fez a melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista, mas foi derrotado pelo Corinthians na semifinal. Em 1991, o Santos teve o artilheiro da competição, Paulinho Mclaren (15 gols), mas não passou do oitavo lugar na colocação final. A situação melhora em 1994, com a entrada de Giovanni, que impulsiona o clube à final do Campeonato Brasileiro em 1995.

1997 - Luxemburgo e a vitória do Rio-São Paulo
Sob o comando do treinador Wanderley Luxemburgo, o Santos conquista o torneio Rio-São Paulo, onde disputava pela primeira vez em quatro anos. Na final, em jogo emocionante, o Santos consagra-se campeão após empate contra o Flamengo.
Placar: Santos 2x2 Flamengo.

1998 - Santos e a força de Leão
Luxemburgo parte para o Corinthians e Leão assume o comando do Santos, dando nova força ao time. O clube chega às semifinais do Campeonato Brasileiro e conquista seu primeiro título internacional em muitos anos: a Copa Conmebol, vencendo o primeiro jogo contra o Rosário Central e empatando no segundo.
Placar: Santos 1x0 Rosário / Santos 0x0 Rosário.

1999 - Outra grande campanha no Rio-São Paulo
Após excelente campanha, o Santos mais uma vez chega à final do Torneio Rio-São Paulo. Depois de derrotar nas semifinais o Botafogo, na Vila Belmiro e no Maracanã, o time vai para as finais, disputadas contra o Vasco em dois jogos, um no Rio e outro em São Paulo. O Santos sofre terrível derrota nos dois jogos e fica com a vice-colocação. Placar: Santos 1x2 Vasco / Santos 0x3 Vasco.
continua
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