Pelé - o atleta do século
O Pré-Santos - Fase de amadurecimento
Pelé nasceu Três Corações, Minas Gerais, e aos seis anos de idade já possuía intimidade invejável com a bola. Ainda jovem parte para o interior de São Paulo, iniciando uma carreira de peregrinações que o consagrou como o "atleta do século" e, consequentemente, o maior esportista de todos os tempos. Aos 12 anos vestia seu primeiro uniforme, do Ameriquinha. Fascinado por uma pelada, jogou ainda por vários times como o São Paulinho de Curuçá, Baquinho e Radium. Um fato marcante para a carreira de sucesso foi a entrada para o time infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube que, para a época, já possuía uma boa infra-estrutura e que orientava seus jogadores de maneira profissional. Na abertura do Campeonato Paulista de 1954, o "Baquinho", apelido carinhoso dado ao time, venceu o Flamenguinho por 12x1, com 7 gols de Pelé: pela primeira vez ele torna-se notícia. Com o destaque dado pela mídia ao fenômeno, clubes de todo o país tentaram arrematar o passe do novo jogador, entre eles o Santos Futebol Clube, com o qual fechou contrato. Pelé, então, foi apresentado pelo presidente do clube aos demais membros da diretoria como aquele que se tornaria "o maior jogador do mundo".

Pelé, aos 15 anos, veste pela primeira vez a camisa do Santos Futebol Clube.
No Santos: consagração mundial
Modesto Roma, então diretor do Santos F.C., em 1956 garantiu a posse de Pelé para o clube, uma vez que ele ainda era menor de idade. No dia 7 de setembro do mesmo ano, em amistoso contra o

Pelé e Mané Garrincha, dois craques da década de 60.
  Corinthians de Santo André, Pelé marca seu primeiro gol com o uniforme do Santos. Após dois anos no clube, o Santos passou a ser conhecido mundialmente como o "time de Pelé". Foi jogando pelo Santos que Pelé foi consagrado como o homem que marcou a história do esporte mundial e com o mesmo uniforme também marcou o seu milésimo gol.

Entre os títulos conquistados pelo Santos de Pelé, podemos citar:
10 títulos pelo Campeonato Paulista;
5 títulos pela Taça Brasil;
Campeão da Taça de Prata;
Campeão da Recopa Mundial;
Bicampeão da Libertadores;
Bicampeão Mundial de Clubes.

Em 1962 e 1963, o Santos de Pelé ganha dois títulos sul-americanos
e o Mundial de Clubes.

Disputando contra o Benfica de Portugal, que contava com muitos jogadores da Seleção Portuguesa, Pelé marca dois dos três gols da vitória de 3x2 no Maracanã. Sua habilidade indiscutível fez com que fosse assediado por jonalistas e cumprimentado pelos juízes que cobriam a disputa.
 
Pelé - tricampeão do mundo
Pelé iniciou sua trajetória nas Copas Mundiais com a vitória no jogo BrasilxRússia, na Suécia, estréia da Copa de 1958. Aos 55 segundos do primeiro tempo, recebendo passe de outro estreante, Garrincha, Pelé chuta forte, mas acerta o travessão. O mais novo integrante da Seleção Brasileira ainda dá o passe para o gol de Vavá, naquela vitória de 2x0.
Mesmo sem marcar gols, Pelé ganha destaque na imprensa logo no primeiro dia. Na grande final o Brasil enfrenta a França, consagrando-se campeão após a vitória de 5x2. No penúltimo gol da partida, Pelé recebe o passe alto de Zagallo e mata a bola no peito; ao perceber a chegada do zagueiro Axbon, dá um leve toque na bola, tirando Bergmark do lance, e chuta em direção à rede, marcando o seu primeiro gol na copa e o terceiro da seleção na final. Seu segundo gol na partida acontece quando ele sobe mais que Parling para receber o cruzamento de Nilton Santos.

Foto para a posteridade: Pelé posa na seleção brasileira de 58.
A Copa de 1962 é marcada pela ausência de Pelé. Aos 25 minutos do jogo contra a Tchecoslováquia, ele sente a perna esquerda; continua em campo, já que é proibida a substituição, mas é poupado pelos jogadores da seleção adversária afim de não agravar a sua contusão. Nos jogos seguintes a ausência de Pelé não afeta o rendimento da seleção, que leva a taça graças ao talento de Garrincha.

Na Copa de 1966, o jogo contra a Bulgária na primeira fase é fatal para a seleção, quando devido ao excesso de dores, Pelé sai de campo mancando. O craque é poupado no jogo contra a Hungria e o Brasil sofre uma derrota de 3x1. Com duas derrotas na primeira fase, o Brasil precisaria vencer Portugal para continuar rumo ao tri. Mas a ausência de Pelé enterra por vez o sonho brasileiro e a seleção é desclassificada após a derrota de 3x1.

Copa de 70: Pelé ergue a taça do tri após derrotar a Itália.
Se a de 1966 foi marcada pela frustração, a Copa de 1970 praticamente consagrou a seleção brasileira. Era a primeira copa trasmitida ao vivo e via satélite para todo o mundo, dando oportunidade à população de 5 continentes para assistir em tempo real os mais belos lances da história do futebol.
No primeiro jogo, contra a Tchecolosváquia, Pelé executa um lance inesquecível quando parte do meio do campo com a bola, chega à área e por muito pouco não marca um gol. Nas quartas-de-final o Brasil enfrenta a Romênia e vence com dois gols de Pelé. A semifinal é contra o Uruguai, uma revanche pela derrota da final da Copa de 50, no Maracanã. O Brasil empata no final do primeiro tempo com Clodoaldo e a seleção vence por 3x1, partindo para a sua quarta final em mundiais.
A final é contra a Itália e o Brasil inaugura o placar com uma cabeçada, após o cruzamento de Tostão. Pelé é a estrela principal dessa vitória que consagrou o Brasil, ao lado de Rivelino e Jairzinho. Alguns minutos para o final, Pelé recebe a bola de Tostão, olha Carlos Alberto chegando por trás e marca o quarto e lindo gol contra a Itália: 4x1. Vitória do Brasil, tricampeão do mundo.

A triste despedida do Santos

Após inúmeras conquistas ano a ano, e depois de 18 anos defendendo as cores do Santos, Pelé joga oficialmente pela última vez no time no dia 2 de outubro de 1974, uma data histórica para os torcedores santistas. Chorando, ajoelha-se no centro do campo, abrindo os braços, depois de participar do último lance da partida contra a Ponte Preta. Emocionado, Pelé dá a volta Olímpica pelo estádio que o consagrara sob os aplausos e apelos de seus fãs para que permanecesse no time. Indo em direção a entrada do vestiário, o Rei para por um instante, observando as galerias, acena e sai definitivamente de cena.

1969 - Pelé recebe da diretoria do Santos a placa comemorativa de seu 1000º gol.
Recordes do Rei
Artilheiro em 11 campeonatos paulistas.
1091 gols pelo Santos, 63 pelo Cosmos e 97 pela Seleção Brasileira.
100 gols por temporada em 1959, 1961 e 1965.
127 gols em 103 jogos durante 1957.
111 gols em 75 jogos durante 1961
105 gols em 74 jogos durante 1965.
Dos 146 tentos santistas, 58 são de Pelé.

O fim da carreira e sua entrada para a história
Em Portland, com a vitória sobre o Seattle Sounders com placar de 2x1, Pelé participa, pelo Cosmos, da última partida oficial de sua carreira. Foi no dia 28 de agosto de 1977, quando já havia completado 38 anos. Dá a volta olímpica e, emocionado, diz que cumprira sua missão, já que o futebol passou a ganhar grande destaque na imprensa americana. No dia 1º de outubro do mesmo ano, um jogo especial reuniu numa partida os dois únicos clubes defendidos pelo rei. Jogando no primeiro tempo pelo Cosmos e no segundo pelo Santos, Pelé se despede do campo e dos fãs, marcando um gol contra o time alvinegro. É o fim de uma era mágica do futebol, marcada pelo amor e pelo prodígio na relação do homem com a bola.
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