Jabaquara - uma história de luta e garra
1910-1914: As agremiações de imigrantes
No início do século XX, os emigrantes europeus que se radicavam na cidade logo se uniam em torno de associações ou agremiações esportivas, prática que permitia a convivência e minorava as saudades da pátria distante. Assim, cada colônia de imigrantes da região possuía algum tipo de agremiação esportiva. Com a colônia espanhola não foi diferente. O interesse por uma nova modalidade de esportes na região - o "foot-ball" - e a nacionalidade comum deram origem ao antigo Clube Afonso XIII, cujos sócios, espanhóis em sua maioria, se reuníam para a prática do futebol em uma área das proximidades da pedreira do Contorno, no bairro do Jabaquara.

1914: Nasce o Hespanha Foot-Ball Club
Afonso XIII, nome de um monarca espanhol, não parecia muito adequado para um clube sediado no Brasil, um país republicano. Assim, um grupo de jornaleiros espanhóis, conhecidos como "tribuneiros" naquela época, corriam listas pelos bairros com o objetivo de fundar uma agremiação que reunisse os conterrâneos. A reunião de fundação foi realizada na casa de José Domingues, um zelador que residia na "escada de pedras" da pedreira, no final da atual Rangel

O antigo brasão do Espanha Futebol Clube
Pestana, próximo à subida do morro da Nova Cintra. E foi "Nova Cintra" o primeiro nome cogitado para batizar o novo clube, por ser nome do morro onde morava a maioria dos espanhóis em Santos. O nome "Jabaquara" também foi sugerido, por ser o local do campo de futebol. Um senhor negro, ex-escravo, sugeriu o nome "Hespanha", tendo em vista o grande número de espanhóis associados, e foi esta última idéia aceita por todos sem mais discussão. Assim nascia o "Hespanha Foot-ball Club", com as cores da bandeira espanhola: amarela e vermelha.
Era 15 de novembro de 1914.
 
1914-1916: O Hespanha se organiza
O novo Hespanha Foot Ball Club se organiza e elege sua primeira diretoria, em caráter provisório: Luiz Lopez Ramos (presidente), Ricardo Rodriguez (vice-presidente), José Giraldez Batalha, Cristóvão Ramos, João Alves Lopez e Odillo Prieto Garcia. Pouco tempo depois o
Sr. Luiz Lopez Ramos renuncia à presidência, assumindo o vice, Sr. Ricardo Rodriguez. Em 1916 o Hespanha já havia registrado seus estatutos e pode realizar a primeira eleição oficial. Foi eleito presidente o Sr. Odillo Prieto Garcia.
A primeira partida oficial do Hespanha Foot Ball Club foi contra o próprio Clube Afonso XIII, ocasião em que foi levantado, pela primeira vez, o novo pavilhão do Clube. O resultado foi um empate de 1x1, mas isso não ofuscou o brilho do emocionante evento, onde não faltaram discursos, flores e banda de música.

Odillo Prieto Garcia, o primeiro presidente.
 
1917: O primeiro time e as primeiras partidas oficiais
Em 1917 o Hespanha Foot Ball Club disputou o primeiro campeonato oficial, promovido pela Liga Santista de Jogos Atléticos. No mesmo ano, promoveu um jogo contra o temido time da SPR, que acabara de golear o grande Sport Club Corinthians Paulista por 5x2. A equipe do Hespanha era formada por Atanásio, Cotó, Luiz Campeão, Lagreca, Dominguinho, Armando, Marrieto, Bertoni, Manequinho, Camilo e Belmiro. O jogo foi um sucesso, tanto pelo resultado do placar, de 2x1 a favor do Hespanha, como pelo resultado da bilheteria, de 865 mil réis, quantia que resolveu a péssima situação financeira em que se encontrava o Clube. O evento terminou à noite, com um jantar de confraternização. A alegria era tanta que jogadores e torcedores saíram em corso pela cidade, carregando a taça, a bola e a bandeira,

Athanasio, o primeiro goleiro do Hespanha
com um entusiasmo que contagiou toda a colônia espanhola. Depois disso, muitos espanhóis se associaram.

1918-1923: As primeiras campanhas
Nos anos seguintes, o Hespanha já atraía a simpatia dos santistas e disputou a Taça Grande Café D'Oeste, sagrando-se campeão em 1918, 1919 e 1920, o que lhe valeu a posse definitiva da taça. Em 1920 participou como time convidado das disputas promovidas pela Associação Atlética Portuguesa, que inaugurava seu novo estádio. Na ocasião, o Hespanha enfrentou o Brasil Futebol Clube, empatando por 1x1. Os outros jogos do evento foram Portuguesa x Palestra (1x1) e SPR x América (0x0).
 
1924: A mudança para o Macuco
Com o crescimento do Clube e do número de simpatizantes, o pequeno campo do Jabaquara tornou-se inadequado para acomodar tantos sócios e torcedores. Assim, em terreno de propriedade do Sr. Antonio Alonso e com a ajuda de colaboradores, foi construído um novo estádio, bem mais apropriado. Situava-se na atual Rua 28 de Setembro, no bairro do Macuco. Batizado com o nome de Estádio Antonio Alonso, foi inaugurado em 14 de novembro de 1924.

1927-1930: O florescente "Leão do Macuco"
Nesse período, mesmo não arrecadando títulos, o Hespanha permanece entre os primeiros colocados no mais importante torneio de amadores da época: vice campeão da Liga de Amadores em 1927 e 3° colocado em 1928. Ganhava respeito como equipe, vencendo grandes times do futebol paulista. Seus jogadores Gomes, Apelian, Dito, Manolo, Marreiros, Vilas, Argentino, Izolino, Espoleta, Tito e Passos demonstravam sempre tanta garra e bravura em campo que logo o povo batizou carinhosamente o time dos espanhóis: "Leão do Macuco".
Em 29 de março de 1930 o Hespanha realiza seu primeiro jogo internacional, contra a temível Seleção de Buenos Aires. Mas a fama dos argentinos não intimidou o Hespanha que, disposto a provar que o dia era do Leão, partiu bravamente para cima do adversário até conseguir o resultado positivo: 3x2 - um gol de Cassoli e dois de Bento.

1930-1935: Criada a Federação Paulista de Futebol
Em 1934 o Espanha comemora, no Estádio Antônio Alonso, o 20° aniversário de fundação com um jogo contra o C. A. Juventus.
Placar: 3x3
Em 1935 é criada a Federação Paulista de Futebol, e o Espanha está entre os times fundadores, passando a disputar os campeonatos oficiais do Estado da divisão principal. Em 1935 foi o 4° colocado na Liga Paulista de Futebol; em 1936, o 3° colocado; em 1941, foi o 5° colocado.
 

O time do Jabaquara em 1940. Um novo símbolo e novo uniforme.
 
1939: A segunda mudança
Em 1939, o Sr. Antonio Alonso, proprietário do terreno onde se situava o estádio do Espanha Futebol Clube, vendeu a área, mas ofereceu ao Clube, em doação, quantia suficiente para a compra de terreno próprio. Assim, o Espanha F.C. passou a realizar seus jogos oficiais no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa. No início dos anos 40 comprou uma área na Ponta da Praia, na altura de onde hoje se situa o Aquário Municipal. Naquele tempo, a Ponta da Praia era um dos piores bairros de Santos, sem infra-estrutura e com áreas alagadiças, e tudo o que se pôde fazer foi construir um campo para os treinos.

1942: A troca de nome e o novo Jabuca
O início dos anos 40 trouxe a Segunda Guerra Mundial e, com ela, uma série de regras e proibições. Assim, uma Lei Federal da época passou a proibir a utilização de nomes de países nas denominação de clubes e associações. Era preciso substituir o nome "Espanha", o que levou a novas reuniões e sugestões. Foram cogitados os nomes de "XV de Novembro", "Cruzeiro do Sul", e outros. No final, prevaleceu a idéia de Raul Vasquez Rios, de homenagear o bairro do Jabaquara, lugar onde germinou a idéia inicial do Clube e onde se situava o primeiro campo de futebol. Dessa forma, o Espanha Futebol Clube passou a chamar-se Jabaquara Atlético Clube.
Era o dia 7 de novembro de 1942. Naquela noite, no Restaurante Bodega, foi realizado o que todos chamaram "o banquete do adeus". Na ocasião, alguns dos presentes começaram a chamar o Clube de "JAC", as iniciais do novo nome. O repórter esportivo Adriano Neiva da Motta e Silva, o De Vaney, não gostou. Na edição seguinte de sua página "O Esporte", que redigia para o Jornal de São Paulo, apelidou o Jabaquara de "Jabuca", carinhoso e bem mais de acordo com o nosso gosto caiçara. O apelido pegou.

1940-1957: Jabaquara, o clube revelador de craques
Nesse período, o Jabaquara possuía um técnico especial nas equipes menores, a infantil e a juvenil: Arnaldo de Oliveira, o popular Papa, que permaneceu no Jabuca por 17 anos. Papa foi o maior revelador de craques que a cidade de Santos já conheceu. Entre as estrelas que

O craque Baltasar
surgiram no modesto Jabaquara, a que mais brilhou foi Gilmar, um dos maiores goleiros do cenário nacional, que depois ingressou no Sport Club Corinthians Paulista e defendeu a Seleção Brasileira por mais de cem vezes. Outro craque que esbanjou talento na carreira foi Osvaldo da Silva. Seu nome era Osvaldo, mas ficou conhecido como Baltasar, nome de seu irmão, que jogava no Santos. Comprado pelo Corinthians Paulista, Baltasar ganhou fama como "bailarino" e o "cabecinha de ouro", por ser um cabeceador sem igual. Outros nomes famosos saíram do Jabaquara: Marcos, que brilhou depois no Corinthians Paulista; Feijó, Getúlio e os irmãos Ramiro e Álvaro, que depois foram para o Santos Futebol Clube; Célio, que foi comprado pelo Vasco da Gama, do Rio de Janeiro; e Melão, que saiu de Santos direto para o futebol italiano (SPAL).
 
1944 - Um dos melhores times da história do Clube
O ano de 1944 marca os 30 anos da fundação do Clube e marca também uma das melhores fases do Jabaquara. Em 1944, o Clube possuía um dos melhores times de sua história. Sua linha de ataque era uma das mais respeitadas do futebol paulista: Doca, Baltazar, Bahia, Leonaldo e Tom Mix. Seu plantel de craques era garantia de um jogo bonito, sempre com gols.
Em novembro o Jabaquara comemora o aniversário da fundação com um jogo contra Canto do Rio FC, da Liga Principal do Futebol Carioca, vencendo com dois gols de Veiga e um de Baltazar, o Cabecinha de Ouro. Placar: Jabaquara 3 x 2 Canto do Rio.
No mês de dezembro daquele ano obtém vitórias expressivas sobre o São Paulo (3x2) e sobre o Corinthians (5x2), com três gols de Baltazar, um de Tom Mix e um de Alemãozinho.
 

A respeitada linha de ataque do Jabaquara em 1944. Da esquerda
para a direita: Doca, Baltazar, Bahia, Leonaldo e Tom Mix.
 
1945-1957: Período conturbado por nova crise financeira
No ano de 1945 o Jabaquara foi o 5° colocado na Federação Paulista de Futebol. E este foi o último bom ano do período. A partir daí o Clube mergulhou em nova crise financeira, o que se refletiu inevitavelmente no futebol. Em 1954 o Clube só não foi rebaixado pela Federação Paulista de Futebol para a Divisão de Acesso graças à uma habilidosa manobra jurídica de seu advogado. No início dos anos 50, sob a administração de Damasco Paiva Magalhães, o Jabaquara vendeu a área de seu campo de treinos, na Ponta da Praia. Apesar da venda do valorizado terreno em frente à praia, o Jabaquara não saiu de suas dificuldades financeiras, e muitos questionam até hoje o destino do dinheiro da venda. E foi assim que o Jabaquara, sem campo próprio e contrariando mais de 40 anos de tradição, passou a treinar em São Vicente, em um campo emprestado.
Em 1957 os jornais noticiavam que o Leão do Macuco estava morrendo. O Clube não tinha campo e seu time era de regular a ruim. A diretoria decidiu contratar um novo técnico e todos lembraram de um argentino famoso: Nelson Filpo Nunes ou Dom Filpo, como passou a ser chamado. Dom Filpo levantou o time, que passou a vencer todos os jogos.
 

Foto de meados de 1948. O primeiro (de chapéu) é Vitorino Pinhão, o chamado "Embaixador do Jabuca", diretor de futebol por muitos anos. O segundo é o goleiro Gilmar dos Santos Neves, ainda no juvenil. No final da fila está Arnaldo
de Oliveira, o Papa, que revelou grandes jogadores para o futebol brasileiro.
 
1957: A histórica vitória sobre o Santos Futebol Clube
A quarta-feira chuvosa do dia 31 de julho de 1957 entrou para a história do Clube. O Jabuca, como time convidado para a Vila Belmiro, derrotou o Santos bicampeão paulista, de virada. A partida, noticiada pela imprensa como "Terremoto na Vila", desnorteou os santistas e levou ao delírio os jabaquarenses. O time do Santos, formado por Pelé, Pepe, Tite, Álvaro, Pagão, Fioti, Urubatão, Zito, Laércio, Hélvio e Ivan, se perdeu diante do Jabuca, formado na base do improviso, com um zagueiro completamente desconhecido. Aos 22 minutos de partida, o Santos já tinha marcado três gols (dois de Pagão e um de Tite), contra um gol do Jabaquara (Melão). Mas o Peixe não joga bem e até o final do primeiro tempo o Jabuca empata com os gols de Bugre e Washington. O jogador Wilson Sório, o Melão, foi o grande herói do dia, ao voltar no segundo tempo, marcar dois gols e levar o Santos ao desespero. O estrago só não foi maior porque China, do Jabaquara, acabou por marcar um gol contra. Quando tudo terminou se esclareceu o mistério: o desconhecido zagueiro jabaquarense, Oswaldo Malcriado, era apenas o tesoureiro do clube, escalado pelo técnico Filpo Nuñes para completar o quadro de 11 jogadores. No time do Jabaquara estavam Fininho, Pavão, Getúlio, Dom Pedro, China, Osvaldo Malcriado, Ari, Hélio, Washington, Wilson Sório (Melão) e Bugre.
Final: Jabaquara 6 x 4 Santos
 

O time do Jabaquara em meados de 1950.
 
1957-1963: Dom Filpo, o salvador da pátria
Depois de levantar o time em 1957, Dom Filpo é contratado pela Portuguesa. Porém o Jabaquara, ameaçado de rebaixamento em 1959, novamente recorre a ele. Por uma segunda vez Dom Filpo briga para tirar o time das últimas colocações e por uma segunda vez ele salva o Leão do Macuco.
Em 1963, mais uma vez o Jabuca se vê frente a frente com o rebaixamento, e mais uma vez correm atrás de Dom Filpo, que se encontrava em Portugal, na direção do Évora. E mais uma vez ele retorna para defender o rubro-amarelo, embora poucos acreditem que o time tenha salvação. Quando ele assume como técnico, em novembro de 1963, o Jabuca tinha 33 pontos perdidos e era o último colocado da tabela. Para piorar a situação, ele ainda perde os três jogos seguintes. Parecia o fim de tudo. Mas veio um empate com o Juventus, na Vila, quando o time fez uma apresentação razoável, e depois uma vitória de 3x1 sobre o XV de Piracicaba, que deixou a torcida em festa. A esperança voltou ao coração dos jabaquarenses com o jogo seguinte, contra a Portuguesa de Desportos, quando o Jabuca venceu por 3x1.
 

O argentino Nelson Filpo Nunes orienta os jogadores.
 
1963: O inevitável rebaixamento
Faltavam dois jogos para disputar, dois jogos para vencer, e o Jabuca teria direito a disputar a vaga na Divisão com o Prudentina, o penúltimo colocado. Mas um desses dois jogos era com o Santos Futebol Clube. Em 11 de dezembro de 1963 o Jabaquara, dependendo desesperadamente da vitória, enfrenta o Santos na Vila Belmiro. O Peixe, que ocupava na tabela uma posição privilegiada, até poderia se dar ao luxo de perder, mas derrotou de goleada o Leão, fazendo descer um silêncio arrasador sobre a torcida. Muitos torcedores olhavam o placar, chorando - não queriam acreditar que todo o trabalho tinha sido em vão. Mas parece que o destino estava mesmo escrito - se livrara dele por três vezes nos últimos anos, mas agora acontecera: o Jabaquara caíra para a 2ª Divisão. Do fatídico jogo nem mesmo os torcedores santistas dizem que o Santos ganhou, apenas que o Jabuca perdeu.
Placar: Santos 5 x 3 Jabaquara
 

A equipe do Jabuca em 1960.
 
1961-1963: Uma nova e definitiva área para o estádio
Em 1961, o então presidente do Jabaquara, Washington Di Giovanni, inicia as tratativas para a compra de uma grande área no bairro da Caneleira. O terreno, com 67.380 m2, é de propriedade de José Ferreira, que recebe, como garantia e sinal da transação, um cheque de CR$ 1 milhão (um milhão de cruzeiros). A compra só foi possível graças a Manoel Ramos Lopes, que adiantou o dinheiro da entrada e, juntamente com Plácido Villamarim e José Gonzalez Lorenzo, cuidou das negociações. Não sem grandes sacrifícios, o terreno foi totalmente quitado em janeiro de 1963, sob a presidência de Rubens Cid Perez. Apesar da área ser bem maior que o necessário para o Clube (o Santos Futebol Clube tem 18 mil m2), nenhum torcedor ou sócio do Clube admite a idéia de vender um metro quadrado sequer de sua área para investir dinheiro no futebol. Lembranças amargas do passado sem campo.
 

A área que o Jabaquara adquiriu, em marcação na foto, era enorme,
um terreno alagadiço em local pouco valorizado. A instalação do Clube
na Caneleira mudou a história do bairro.
 
1964-1976: O licenciamento do futebol profissional
Depois da péssima campanha e do inevitável rebaixamento, em março de 1964 o Jabaquara parte para a Argentina em sua primeira excursão por gramados internacionais. Mas as coisas não melhoram. Em 1967, sufocado pelas crises, o Clube solicita licença da Federação Paulista de Futebol e deixa o cenário do futebol profissional para se dedicar apenas às competições amadoras.

1977: O retorno amargo na Terceira Divisão
Em 1977 o Jabaquara quer retornar ao cenário dos campeonatos profissionais, mas devido ao licenciamento em 1967, perde o direito de retornar ao lugar que ocupava. Assim, o Jabaquara é inserido na terceira divisão. Sua re-estréia é contra o M.A.F., de Piracicaba.
Placar: Jabaquara 5 x 3 MAF

1979: O estádio próprio, finalmente
No ano de 1976, o Jabaquara conclui a construção de seu ginásio sócio-esportivo, que recebe o nome de Ginásio José Vilarinho Cortês. Em 1979 acaba de levantar o muro que circunda a sua praça de esportes. O campo, com o mínimo de infra-estrutura, recebe o nome de Estádio Espanha. A primeira partida oficial no novo estádio é contra o União de Tambaú, em 17 de junho de 1979.
Placar: Jabaquara 6 x 4 União de Tambaú
 

Das péssimas condições do campo de treino na Ponta da Praia, o Jabuca passou finalmente para seu definitivo campo. Muito ainda precisava ser feito, mas a brava raça dos jabaquarenses não se detém diante dos obstáculos (foto Fábio Canalonga)
 
1980-1990: A ingrata luta pela sobrevivência
Em 1980, por ser clube fundador da Federação Paulista de Futebol, disputou como convidado o campeonato da 2ª Divisão intermediária, mas no final acabou voltando à 3ª Divisão. Em 1983, uma manobra de Nabi Abi Chedid aumentou o número de times da 2ª Divisão, e o Jabaquara subiu automaticamente. Mas de nada adiantou porque foi novamente rebaixado no final.
Em 1987, em comemoração ao seu 73° aniversário, promoveu um jogo amistoso contra o São Bento, de Sorocaba, partida em que defenderam a camisa rubro-amarela os campeões mundiais Clodoaldo e Rivelino, e Douglas, ex Santos Futebol Clube.
Placar: Jabaquara 1 x 0 São Bento.
Em 1988, em amistoso no Estádio da Portuguesa, sofreu derrota de 2x0 diante do São Paulo Futebol Clube.
Em 1989, na comemoração do 75° aniversário, convidou o Corinthians Paulista para um amistoso na Caneleira, e foi derrotado.
Placar: Corinthians 5 x 2 Jabaquara

1991: Uma nova iluminação para o estádio
Em novembro de 1991, o Jabaquara concluiu um novo sistema de iluminação para o Estádio Espanha. Para a inauguração, promoveu dois amistosos, com o Santos Futebol Clube e Associação Atlética Portuguesa, perdendo do primeiro e empatando com o segundo.
Placar: Santos 2 x 0 Jabaquara / Jabaquara 0 x 0 Portuguesa
 

O Estádio Espanha, do Jabaquara Atlético Clube, com capacidade para cerca
de 7.500 pessoas. Ainda não é o estádio dos sonhos, mas o Jabuca chega lá!
 
1993-1997: Jabuca campeão da Terceira Divisão
Em 1993, disputando com 56 equipes, sagrou-se campeão paulista da Terceira Divisão de Futebol Profissional da Federação Paulista de Futebol. Dois anos depois, em 1995, alcançou o mesmo resultado nos Juniores, sagrando-se campeão paulista da Segunda Divisão de Futebol Juniores da Federação Paulista de Futebol, campanha que atravessou invicto.
A década de 90 reservava outro destaque. Em 1997, disputando o quadrangular final do campeonato da B1-A da Federação Paulista de Futebol, seu atacante Sérgio Miler foi o principal artilheiro da competição, com 26 gols, o maior artilheiro em um só campeonato na história do clube. No Ranking Paulista, de 1992 a 1997, o Jabaquara Atlético Clube ocupou o 9° lugar, com 14 pontos.
 

O time de 1997. O atacante Sérgio Miler foi o principal artilheiro da competição.
 
2002 - Jabuca campeão paulista da Série B-3
Em 2002 o Jabaquara sagrou-se campeão paulista da série B-3, em campeonato patrocinado pela Federação Paulista de Futebol. Em todo o torneio, permaneceu invicto por 23 jogos, a maior série de sua história.
 

A alegria dos jogadores na festa da vitória contagia até quem não é torcedor.
 
2004: Jabaquara - 90 anos
Em 2004 o Jabaquara podia se orgulhar de ser um dos poucos clubes do Brasil honrando seus compromissos financeiros em dia. Isso graças às duas últimas administrações do clube, presididas por Sérgio dos Santos Silveira e Delchi Migotto Filho, o atual presidente. Eles adotaram políticas "pés-no-chão" e conseguiram resgatar a credibilidade do clube durante suas gestões.
Em 2004 o Jabuca disputou o Campeonato Paulista da Série B-2, chegando à segunda fase da competição e terminando na 11ª posição da classificação geral.
Em 2005 os jogadores que permanecem ligados ao clube treinam sob a orientação do técnico Paulo Robson.
 

Vista aéra do Clube, na Zona Noroeste - a presença do
Jabaquara incrementou o desenvolvimento do bairro.
 
Jabuca - uma esperança que não acaba
Os torcedores do Jabaquara não se constrangem nem um pouco em admitir a paixão que têm pelo Clube. Até mesmo os torcedores do Santos e da Portuguesa sentem simpatia por esse Leão bravo e teimoso. Sabe-se lá o que esse clube tem de especial para conquistar tantos corações! Mas o fato é que nenhum santista é indiferente ao Jabaquara. O povo de Santos até costuma usar a expressão: "Olha que eu boto o Jabuca em campo!". E não é para menos! Basta ler sua história, seus primeiros 30 anos de glórias, o patrimônio que perdeu, seus anos de lutas inglórias. Basta conhecer as dificuldades suplantadas: treinadores trabalhando sem receber, jogadores sem salário, treinos na lama, técnicos dando do próprio bolso o dinheiro da
condução para o jogador comparecer ao treino e até um tesoureiro que se fez de zagueiro para completar o time... Não há como não se enternecer diante de tanta garra, fibra, persistência e sonho. Sonho que se traduz no projeto do novo estádio, pendurado há anos na parede da sede do Clube para quem quiser ver. Sonho de um dia ainda ver o Jabaquara perfilado junto aos grandes times de futebol deste país.
O barbeiro Hilário - sua lealdade e adoração pelo Clube o tonaram torcedor símbolo do Jabaquara.
 
Hinos do Jabaquara
Hino Oficial
(Composto por Alice Ercília Centurion Rodrigues Gonzalez)

Vamos cantar-te, Jabuca
Porque mereces também uma canção
Por teu passado glorioso,
Que ainda vibra em nosso coração.

E nesta terra praiana
Em São Paulo e no interior,
Tu foste sempre o primeiro,
Que nos cobriu de honra e de valor.

Rubro amarelo, hás de vencer,
o Jabaquara jamais há de morrer
Por tuas glórias, com emoção,
Hoje brindamos, com amor, esta canção!

Rubro amarelo, sempre estarás
Em nossa alma, em nosso coração
Leão do Macuco, vamos lutar,
Que em nossa história serás sempre o campeão!


Marcha do Leão
(por Coroas do Rítmo, em 1979)

Avante! Avante! Jabaquara
Eu quero ver onde está sua bandeira
Avante! Avante! Jabaquara
Leão Gigante lá da Caneleira

Eu sabia que um dia tu voltavas
Para empolgar as multidões
Jabuca, Jabuca, Gooool!!!!
Jabuca nos nossos corações!
 
Para saber mais:
Jabaquara Atlético Clube
Av. Francisco Ferreira Canto, 351 - Caneleira
cep: 11085-600 - Santos-SP
jabaquara_imprensa@hotmail.com
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